Todo dia quando volto da escola, faço sempre a mesma coisa: almoço, lavo as louças e vou atrás de meus pais lá no morro arrancar café no nosso cafezal.
Chegando ao pé do morro, fico triste, pois sei que vou ter que subi-lo de qualquer maneira e sem reclamar. Olhando de baixo, parece que o cafezal vai tocar ao céu.E os galhos dos pés de café são tão lindos carregados de frutinhas vermelhas.Até parecem que as frutinhas pedem:
__ Venha cá,tire-nos daqui,leve-nos com você!
Quando chego no final do morro,já estou com a língua de fora e com vontade de deitar embaixo de um pé de café e ali ficar.Vejo algumas carreiras de café,já sem frutos e logo depois vejo meus pais com as peneiras cheias.Minha mãe dá um sorriso do tamanho do Maracanã e então diz:
__Venha ,Nem,pegue a peneira,as frutinhas não mordem não!
Dou um sorriso forçado,para não chorar e começo a panha dos grãos.Puxo daqui,quebro um galho ali,derrubo a peneira e assim vai .Recebo um olhar de reprovação do meu pai,mas continuo arrancando os grãos ,sempre com o meu sorriso forçado.De repente olho para o relógio.Que bom!São 4 horas.Simbora!
__Que bom que o dia passou rápido ,né mãe? _pergunto eu_ Sabe ,hoje nem sentir dor na mão!
__Sinal que você Já está se acostumando com a lida,minha filha!Isso é bom!
Sinto o suor descer pelo rosto,endireito meu boné,que está de lado,feito moleque ,dou outro sorriso forçado e desço o morro correndo.
Beleza,o dia passou,posso tomar um banho e ver a novela.
Sabe ,querido leitor,fico triste de ter que trabalhar no cafezal,porém não deixo de ir,porque é de lá que tiramos o nosso sustento.
Daéte Maria da Costa Fraga-8ª B- Professora:Brenda Maria Soares
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